O assassinato de Khashoggi e a falta de liberdade em um dos países mais ricos do Mundo

 

Mohammed al-Shaikh/AFP
Jamal Khashoggi, jornalista crítico ao governo da Arábia Saudita, desapareceu após entrar no consulado do seu país em Istambul — Foto: Mohammed al-Shaikh/AFP

 

O assassinato do jornalista Jamal Khashoggi em Istambul – Turquia, certamente chocou o mundo. Khashoggi era colunista do jornal “Washington Post” e crítico do poderoso príncipe herdeiro saudita Mohammed bin Salman. Khashoggi desapareceu no dia 2 de outubro, depois de entrar no consulado saudita em Istambul para obter documentos para se casar. Após uma onda de indignação mundial, o governo saudita admitiu no sábado que Khashoggi morreu dentro do consulado após uma briga, versão que gera muito ceticismo.

A Arábia Saudita foi fundada por Abd al-Aziz Al Saud (mais conhecido ao longo de toda sua vida adulta como Ibn Saud) em 1932.  Desde a criação do país, o sistema político tem sido o de uma monarquia absoluta teocrática. O governo saudita se descreve como islâmico e é altamente influenciado pelo uaabismo (movimento do islamismo sunita, geralmente descrito como “ortodoxo“, “ultraconservador“, “extremista”, “austero”, “fundamentalista” e “puritano”). Sua economia é baseada, principalmente, nas suas grandes reservas de petróleo fazendo dela uma das nações mais ricas da terra. A Arábia Saudita tem um plano ousado de modernização do país até 2030.

No entanto, atrás de todo esse desenvolvimento econômico existe uma grande falta de liberdade e o assassinato de Khashoggi foi um grande exemplo disso. As reviravoltas da Primavera Árabe, que se espalharam em 2011, tiveram pouco efeito sobre a Arábia Saudita. Houve alguns pedidos de reforma política e alguns protestos de pequena escala, especialmente pela minoria xiita na Província Oriental.

Os cristãos também são vítimas da falta de liberdade na Arábia Saudita sendo, muitas vezes, perseguidos por causa de sua fé. A agencia missionária Portas Abertas, classificou o país como 12º no ranking de perseguição aos cristãos. Também, segundo a Portas Abertas, a presença cristã nativa na Arábia Saudita está aumentando. Os cristãos não apenas crescem em número, mas também na ousadia de compartilhar o evangelho. Como resultado, é provável que os cristãos sauditas experimentem ainda mais perseguições no futuro.

O que se pode perceber é que o desenvolvimento econômico da Arábia Saudita distingue do desenvolvimento social e religioso na nação. Houve alguns poucos avanços como a permissão para que mulheres possam dirigir, porém, ainda há muito a se fazer. Geralmente, países que perseguem cristãos não são tão desenvolvidos economicamente, porém, nos países árabes ricos, o desafio aumenta justamente por causa da vida econômica e de desenvolvimento do país.

Oremos a Deus para que a realidade mude e os cristãos tenham mais liberdade para servir ao Senhor.

 

 

Angdor Jones

Acadêmico do curso de ciências sociais.

Fonte: https://www.portasabertas.org.br/categoria/lista-mundial/arabia-saudita